terça-feira, 30 de março de 2010

Precipício. [Parte 07 -FINAL-]


Ao sair da pousada, com uma pequena lanterna, fui até o fim da rua principal. A rua larga e cheia de neblina, estava completamente vázia. A única coisa que se podia ouvir era o vento a berrar em meus ouvidos. Com passos lentos, e sentindo cada parte do meu corpo se estremecer, fui caminhando até o bosque.
Uma coisa estava estranha! Parei. Olhei. Paralisei. O bosque... não tinha mas grades. Estava aberto, sem nenhum bloqueio, poderia isso? Como? Mas sim poderia... Eu estava ali, olhando, fixamente para as árvores altas e verdejantes. Em um ato de censatez olhei para tráz, para procurar vertigios de como aquilo poderia ter acontecido. Mas ao olhar. A cidade. Não estava mais lá. Foi ai, que enlouqueci de vez... Onde eu fui parar? Que cidade era aquela? Que floresta era aquela? Onde eu estou? Perguntas. Sem respostas.
Um pouco assustada, então me pus a andar. Comecei a explorar e tentar entender o que teria acontecido com tudo, e todos. E era como meu pesadelo, as árvores eram tão grandes que não podia se ver a lua cheia que ali estava, não podia se ver nada. Liguei a lanterna, para tentar iluminar pelo menos meus passos.
Com uma luz meio fraca, minha respiração ofegante, e eu pisando em galhos secos, estava suando frio. Quando sinto algo. Atráz de mim. No começo não queria acreditar naquilo, era muito irônico até mesmo para mim. Cada passo que eu dava, aquilo se aproximava, e sem mas o que fazer corri. Corri mas uma vez. Em uma floresta que não conheço. Corri querendo encontrar saída, mas qual? Não hávia nada. Não conseguia olhar para tráz, aquilo me deixou com... medo.
Em uma completa escuridão, não via nada, a lanterna nem comigo mas estava. Como isso se tornou real? Como a cidade desapareceu? Mas dentro de mim, la no fundo, eu sábia a resposta. Uma vez na vida. Eu sábia ela. Agoniada, comecei a gritar. Inútil. Não tinha como um ser se quer me ouvir. Além daquele que ali estava atráz de mim. Estava tão cansada, com tanto medo, galhos me arranhavam, teias de aranhas ficavam presas em meu rosto. E uma lágrima rolou.
Mas na frente, eu vi. Eu vi uma pequena luz. Mas da onde estaria vindo? Seria alguém? Sem mas perguntas corri em direção a ela. Uma luz tão forte, até chegava a arder em meus olhos. Quando me aproximo, me deparo. É REAL! Era o Precipício! Com aquele fundo belo com águas cristalinas. Não pude me conter... Corri para poder, fugir dali.
Pulei. Para enfim voar, e me libertar do que me perseguia. Arrisquei uma olhada para tráz, pois sentia os passos cada vez mas perto. Ao olhar eu me assusto. Pois não hávia ninguém. Não hávia nada a me perseguir. O que seria então? Muito confusa, me agarrei em um galho de árvore preso nas grandes paredes altas do precipício, tentei voltar, não hávia para que voar dali... Mas ao olhar para baixo, e ver, aquela água cristalina, banhada por cristai de gelo, não pude resistir. Eu voei. Dai eu pude entender o que me perseguia. O que era aquilo. A cidade. A pousada. O pesadelo. A floresta. O precipício. A pintura. E o nada que me seguia. Entendi o que era, e pela primeira vez na minha vida respondi uma pergunta. Era eu. Era simplesmente eu que me perseguia. O meu medo de nunca ser feliz. Meu medo de errar mas uma vez. Meu medo de não amar e ser amada. Meu medo de ser tão inútil e insegura.
Agora tudo fázia sentido. Tudo se ligava a apenas uma coisa. Minha verdadeia felicidade. Era ali, nas águas cristalinas, de uma cidade esquecida, e uma floresta abandonada. Hoje resolvi relatar essa minha história, mas não me pergunte como, não me pergunte o porque, mas terminarei dizendo minhas últimas palavras antes de encontrar com minha felicidade.
- Tanto que chorei, tanto que sofri. Hoje. Esta noite, estou aqui. Pronta para ser eu mesma, ser feliz. Irei voar para ela, agarrar como se fosse uma explosão. Irei viver para sempre nas águas cristalinas, dos meus sonhos mais sonhados. Hoje. Serei Feliz de Verdade.

-sin sun.

domingo, 28 de março de 2010

Precipício. [Parte 06]


Sentada, com os olhos fixos naquela pintura misteriosa, me veio uma curiosidade, tão grande, tão excitante sobre aquela floresta. Então eu enfim me decidi, a noite eu iria visita-la! Com a agonia e a ansiedade me corroendo por dentro, não conseguia mas pensar em nada. Fiquei ali parada, quieta, até dar a hora de sair, e conhecer a minha mas nova amiga.
O tempo... passava muito lentamente. ainda era 19:00. E o bosque havia fechado a apenas uma hora. Eu ainda não poderia ir la. Não agora. Enquanto o tempo não passava, tirei um pequeno cochilo. Mas não sonhei nada. Não consegui sonhar . Ao acordar, me arrumei e desci para jantar, e como de manhã, a pousada inteira cheirava um aroma muito apetitoso.
Ao sentar-me, aproveitei e pedi desculpas a Senh. Ester, por a tarde eu ter chegado e nem ter lhe respondido, ela entendeu e ficou tudo bem. Jantamos e conversamos, tivemos um bom papo, com risadas e tudo mais, coisa que eu não fazia a muito tempo, eu nem lembrava que ainda sábia sorrir.
Depois disso, ai sim o tempo resolveu passar. Quando me deparei, ja era 23:10. Me despedi do pessoal e fui me aprontar, pois essa grande noite, eu iria conhecer minha nova amiga!


-sin sun.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Precipício. [Parte 05]


Sai dali mas perturbada ainda. Fui correndo para a pousada, a Senh. Ester me disse "oi", mas nem respondi, com o estado em que eu estava nada poderia me distrair. Fui direto para o meu quarto, la me pus a pensar. Porque isso estaria acontecendo? Logo ali onde havia me refugiado de tudo e de todos? Me refugiado de uma vida que eu não desejava mais? Essas malditas sensações novamente.
Mas como sempre nada poderia responder as minhas tolas perguntas, como sempre nada nem ninguém poderia me entender. Quando menos imaginei, estava coberta de lágrimas, lágrimas pelas quais, eu mesma jurei nunca mas derramar, mas naquela situação eu não conseguia me conter, era mas forte que eu, bem mas forte do que meu juramento.
No relógio marcava as 16:00. Ainda era 16:00... Fiquei ali então a pintar. Pintei paisagens, pessoas, animais, tudo o que eu nunca terei. Pintei felicidade, amor, amizade, tudo o que eu nunca terei. Pintei tudo o que eu desejava, mas tudo o que eu nunca terei.
Mas em todas as minhas pinturas, sempre havia algo de mim, sempre havia algo que me fazia lembrar tudo o que realmente sou, tudo o que eu tenho, álias... Nada do que eu tenho. Todas as pinturas tinha uma tristeza sem fim, uma obscuridade sem fim, um ar noturno sem fim, um sentimento ruim... Sem fim!


-sin sun.

terça-feira, 23 de março de 2010

Precipício. [Parte 04]


Depois do café, fui conhecer mas sobre a pequena cidade. Parecia até cenário de filme, como se tudo aquilo não fosse real, de tão perfeita que era. O friozinho do outono era de certa forma o melhor, sem contar das grandes folhas secas que caiam das árvores, dando até para escutar um "tic", quando caia no chão.
Fui ao parque para pensar um pouco, crianças brincavam nos tanques de areia, muito felizes como se tudo aquilo foi mágica, um sonho. Me levanto e vou andando reto, apenas reto, sem virar em esquinas ou entrar em lojas. No fim da estrada tinha um bosque, era uma preservação particular da cidade, o ponto turistico de la, mas o engraçado era que eu não tinha ouvido falar dela antes. Me interessei e fui dar uma olhada.
Ao entrar me deparo com elas... sim com elas! As mesmas árvores altas, tão grandes que não dava para enchergar nem um raio de sol, era ela. A imensa floresta, não havia dúvidas. Mas ao meu ver não parecia tão imensa assim.
Era muito visitada, havia crianças com suas mães, casais de namorados, velhinhos caminhando. Afinal o ar da floresta fazia bem as pessoas. Explorei cada pedacinho, e não tinha mas como dúvidar. Ela era mesmo, a mesma do meu pesadelo. Mas como isso foi acontecer? Como sonhei com algo que nunca tinha visto? Como pode ela estar ali? Eu estar ali? Como pode ela ter aparecido na minha pintura branca? Perguntas sem respostas...
Tão pequena, e ao mesmo tempo tão grande. Faltava algo nela, algo que fazia a diferebça, algo do meu pesadelo. O Precipício. Eu tinha certeza que era ela, mas faltava o principal. Era uma preservação cercada e tinha um fim, a do meu pesadelo era enorme, e também tinha um fim. Mas era um belo Fim!

-sin sun.

domingo, 21 de março de 2010

Precipício. [Parte 03]


Ao acordar, eu estava jogada no chão. Me levantei com uma dor de cabeça tão forte que mal conseguia pensar no pesadelo direito. Meia zonza procuro um lugar para sentar, e ao sentar-me olho para minha pintura, e vejo. O Precipício. Sem ar fiquei desesperada, como eu pintei isso? Será que foi eu mesma? Como meu pesadelo se tornou de certa forma, real? Nada poderia explicar aquilo. E eu não poderia contar para ninguém, também para quem eu contaria? E se contasse quem acreditaria? Então, guardei isso pra mim.
Era exatamente, 09:30 da manhã quando olhei para o relógio antigo na parede rosa. Ainda com um pouco de dor de cabeça, tomei um comprimido, em seguida um banho, para tentar esfriar as idéias. Me arrumei e desci para o café da manhã. A pousda inteira cheirava um aroma simplesmente delicioso, café fresco e pão de queijo quentinho, tudo que um ser humano poderia desejar depois de uma noite daquelas.
A Senh. Ester muito atenciosa perguntou como tinha sido minha primeira noite na cidade, rapidamente respondi que foi uma das melhores, e que nunca hávia tido uma noite tão tranquila. Pura ilusão, pois eu sábia que não era nada daquilo, sábia que tinha sido a mais perturbadora de toda minha vida!

-sin sun.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Precipício. [Parte 02]


Quando menos imaginei, acabei pegando no sono, o sono mas profundo que ja tive, dos pesadelos mas pertubadores, e das dores mais terríveis. Estava sendo perseguida, por algo ou alguém que não conhecia, algo que nem sábia se existia, eu apenas corria, desesperada, em um vázio tão denso e gélido que nunca senti antes. O cenário. Uma imensa floresta, com árvores tão altas que não dava para enchergar absolutamente nada, nem a lua que estava tão cheia naquele outono devastador.
Eu não ouvia nada, não sentia nada, apenas um gélido ar frio que batia em meu rosto, bagunçava meus cabelos... e eu, não sábia o que era aquilo, que corria atráz de mim. Descontrolada, sem saber mais o que fazer, sem entender nada, a única coisa clara naquela situação era... Eu estava em apuros!
Correndo em torno daquela floresta que me engolia a cada passo, me deparei com um imenso precipício, e percebi que a coisa estava mais próxima de mim, a respiração ofegante e tremulante me deixava louca, como se cada sentido meu fosse sumindo, lentamente. E no meio disso tudo, a única saída de la era... Voar! Aprender a voar naquele mesmo instante, e fugi de uma vez dali.
Fiz então... e pulei! E ao cair no imenso precipício do medo, eu despertei, sem chegar ao fim!

-sin sun.

terça-feira, 16 de março de 2010

Precipício. [Parte 01]


A noite chora mas uma vez, correndo da mesmice do mundo, e do horror da solidão, eu fugi. Viajei quilômetros até uma pequena cidade do interior, onde eu desejei ter uma nova vida, um novo caminho, e novas razões para viver.
Ao chegar, me deparei com um lugar muito agradável, onde decidi passar o resto de minha vida. Visitei todos os lugares possíveis, tentei conhecer os moradores da pequena cidade, tão pequena que não está no mapa. No fim da tarde cheguei a uma pousada, muito familiar, bonita e aconchegante.
A dona da pousada,a Senh. Ester, me recebeu muito bem, me deu um dos melhores quartos, e em seguida subi para conhecer. Era grande, cheio de abajures, decoração floral e cor de rosa... Não era muito bem como eu gostava, mas eu iria aprender a gostar.
Tomei um banho, e ao cair da noite, como sempre eu pegava minhas tintas e telas, e comoçava a pintar. No mundo da pintura eu poderia ter tudo, ser o que eu quiser, até ter a felicidade, até parar de sofrer, eu podia até... voar! Eu poderia ser Feliz!

-sin sun.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Mais uma vez.


La em cima eu posso ver, o céu esta cinza tingido de vermelho, ele chora mais uma vez... lágrimas de sangue.
Ele desaba mais uma vez... em cima de minha cabeça.
O cinza... vai diminuindo.
O vermelho... cresce a cada instante.
Arde, suas lágrimas...
Me machuca a cada gota que cai.
Espero que leve tudo o que sinto, junto da sargeta imunda na esquina.
Acabe com sonhos ja mortos.
E possa me devolver apenas UMA coisa.
Só queria de volta o que perdi...
Queria de volta minha alma.
Mas ela ja esta tão longe de mim.
Mas e agora? Fui eu quem mandou ela pra longe.
Foi numa madrugada horrenda, que tive a certeza de uma coisa.
NÃO devemos confiar mas nas coisas... "boas"?
NÃO existe NADA de bom nesse mundo.
Na madrugada... eu pude ver.
Vi a verdade.
Vi que fui jogada de lado.
Agora aqui... o céu esta cinza tingido de vermelho... e chora mas uma vez...
Lágrimas de sangue.
Como naquela madrugada...

-sin sun.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Onde eu estava...


Onde eu estava quando eu me perdi?
Onde eu estava quando deixei de ser criança?

Onde eu estava quando não brinquei com meus brinquedos?

Onde eu estava quando perdi minha ingenuidade?
Onde eu estava quando eu cresci?

Onde eu estava quando perdi a verdade?
Onde eu estava quando comecei a fazer tudo errado?
Onde eu estava quando quis morrer pela primeira vez?

Onde eu estava quando derramei meu sangue?

Onde eu estava quando deixei isso acontecer?

Onde eu estava quando eu perdi... quando eu perdi?

Onde eu estava quando tudo acabou?

Onde eu estava quando não pude mais lutar?
Onde eu estava quando deixei tudo acabar?

Onde eu estava quando a solidão me encontrou?

Onde eu estava que não vi tudo isso...?
Onde eu estava quando perdi o primeiro lugar da fila que levava a minha derrota?

Onde eu estava?
Eu não sei...

Onde eu estou?

Eu não sei...

Continuarei seguindo assim...

Sem saber de nada, nem para onde ir...
O que aconteceu?

Eu não sei...


- sin sun.

quarta-feira, 3 de março de 2010

A Mudança.


Hoje eu me mudei... mas uma vez estou longe de coisas que de certa forma, me fazem... bem.
Não tenho mais casa... não tenho mas um lugar fixo.
Minha marca registrada foi apagada...
Tantas lembranças boas... ruins... tanto sofrimento, alegria, conversas na calçada com amigos, amores mal resolvidos...
Se foi...
Olhava o céu ao anoitecer, quando não tinha sono subia na laje, fumava um cigarro, quase sempre me cortava, me fazia bem... Já tomei chuva, ja chorei por alguém, ja sonhei com meu primeiro amor... la em cima da laje.
La eu... vivi!
De certa forma eu sentirei falta de tantos sentimentos que la passei... de tanto ódio que tive, alegrias... e do sangue que derramei.
Ja tive um cachorro... ele morreu no fim da tarde, depois de ficar uns meses comigo, tinha 12 anos... tive uma perda que nunca irei esquecer...
La aprendi a viver... amar... odiar... chorar...
Tomei banho de chuva, sai pelada no quintal... engraçado...
Coisa que ficará na lembrança, la vivi desde criança.
Hoje... tenho 18 anos... nada sobre a vida sei ainda, mas tudo o que vivi ja teria me matado...
Ja tentei suicidio em frente ao computador, ouvindo Dir en Grey e desejando fugir dali... engraçado...
Ja fui enganada, ja fui amada, hoje só será lembrado... é engraçado...
Não sei o que me reserva, só sei que tenho escolhas...
A minha irei trilhar.

Adeus Casa Abandonada!

-sin sun.