quarta-feira, 24 de março de 2010

Precipício. [Parte 05]


Sai dali mas perturbada ainda. Fui correndo para a pousada, a Senh. Ester me disse "oi", mas nem respondi, com o estado em que eu estava nada poderia me distrair. Fui direto para o meu quarto, la me pus a pensar. Porque isso estaria acontecendo? Logo ali onde havia me refugiado de tudo e de todos? Me refugiado de uma vida que eu não desejava mais? Essas malditas sensações novamente.
Mas como sempre nada poderia responder as minhas tolas perguntas, como sempre nada nem ninguém poderia me entender. Quando menos imaginei, estava coberta de lágrimas, lágrimas pelas quais, eu mesma jurei nunca mas derramar, mas naquela situação eu não conseguia me conter, era mas forte que eu, bem mas forte do que meu juramento.
No relógio marcava as 16:00. Ainda era 16:00... Fiquei ali então a pintar. Pintei paisagens, pessoas, animais, tudo o que eu nunca terei. Pintei felicidade, amor, amizade, tudo o que eu nunca terei. Pintei tudo o que eu desejava, mas tudo o que eu nunca terei.
Mas em todas as minhas pinturas, sempre havia algo de mim, sempre havia algo que me fazia lembrar tudo o que realmente sou, tudo o que eu tenho, álias... Nada do que eu tenho. Todas as pinturas tinha uma tristeza sem fim, uma obscuridade sem fim, um ar noturno sem fim, um sentimento ruim... Sem fim!


-sin sun.

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